segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Saideira




"Me vê uma felicidade destilada
Com bastante gelo
E deixa a lágrima por minha conta
Que hoje eu vou subir.
Pode mandar o tira-gosto em seguida,
Que é pra ver se me livro
Desse amargo da garganta.
Mande sorrisos fritos, amores na manteiga e
Paz ao alho e óleo, por favor
E se ainda tiver aquela euforia apimentada,
Mande por último que é pra restar mais
Na boca...
E se a felicidade aguar com o tempo,
Capriche um pouco mais na dose,
Intera com uma pedrinha
Que é pra alegria não esquentar.
Mas não esqueça da saideira,
Que essa não tem fim!
Ah! Hoje eu vou sucumbir!
Estou por conta do meu azar!
Esse é rico que só!
Felicidade aqui tem preço,
15 conto cada dose!
Então, sem demora
Me vê mais uma generosa
E avisa lá aos meus
Que logo, logo estou de volta,
Assim que o bar fechar.

...Ninguém nasce sorrindo
E tem gente que morre porque quer."

(Fernanda A. Simões - 2007)